sexta-feira, 17 de abril de 2009

Teatro Alegórico: o simbolismo de minha mãe

Na proposta do Teatro Alegórico do poeta Waldo Motta, o primeiro passo para desvendarmos a trama de nossas existências no grande teatro do mundo, é desvelar o simbolismo do Si-mesmo. Descobrir os símbolos e significados contidos no nome das coisas. Isso tudo visa à construção de uma identidade alegórica que leva em conta uma experiência ao mesmo tempo altamente individual e universal: a viagem do auto-conhecimento. Qual a grande aventura de Édipo, Hércules e Gilgamesh, senão conhecer o si-mesmo, o que dentro está, nas entranhas de nosso ser.

Um dos primeiros passos é descobrir o significado do nosso próprio nome e desvendar toda uma cadeia analógica de símbolos que envolvem a numerologia, a etimilogia, a mitologia, a religião, a interpretação dos sonhos, et caterva.

Pois bem, sou William Berger. Nascido em Itarana (do guarani "Pedra da Onça"), passei minha infância numa fazenda chamada Triunfo, na cidade de Itaguaçu ( "Pedra Grande"). De lá fui para um colégio interno da Igreja Luterana em Afonso Cláudio, onde fiquei 3 anos, me formei diácono. Depois disso vim para a Grande Vitória, mais especificamente Viana. Estudei Serviço Social na UFES e teatro na FAFI. Sou multiplicador de Teatro do Oprimido formado pelo Centro de Teatro do Oprimido do Rio de Janeiro e educador social, dou aulas de Teatro e Recreação no Bairro da Penha e Andorinhas em Vitória.

Descobri em 2004 que meu nome William, do alemão Wilhelm (em português Guilherme) significa "protetor de sua vontades, defensor de seu querer" (teimoso, insistente, perseverante) e que meu sobrenome “Berger”, também de raiz alemã (Bergman, Bergham) significa “homem da montanha, aquele que habita os montes” (provavelmente algum pastor de ovelhas da mesma natureza que me levou a desempenhar o papel de pastor de ovelhas durante 4 a 5 anos de minha infância no Auto de Natal da Igreja Evangélica de Confissão Luterana, comunidade de Triunfo).
Isso explica também meu fascínio por Fernando Pessoa (O pastor amoroso). Tenho só aí um prato cheio para analisar, mas não pára por aqui, pois nasci no dia 18/08/1983. A soma dos meus dois primeiros denominadores dá 9 (1+8). Isso na escala numerológica quer dizer que sou o número mais elevado (que habita o cume, o alto da montanha dos números), que ultrapassou certas barreiras e dificuldades no plano espiritual e estou mais próximo da deidade que qualquer outro número. O número 9 é o próprio símbolo de Deus em sua totalidade, entre muitas outras coisas. Nasci no mês de agosto (8) e pesa sobre mim um carma que envolve a organização, a precisão, a exatidão nos compromissos públicos para o sucesso material, financeiro, profissional, próprios do número 8. Este número está associado à homossexualidade, à viadagem e à descoberta de certos mistérios ligados ao homoerotismo e à religião.
A soma das letras do meu nome (o número do meu destino) dá 11. Esse novamente confirma minha natureza búdica, pois 11 é o número dos iluminados. Há aí entretanto uma forte pressão para que meu comportamento não deixe 1 e 1 (de 11) se juntarem e formar 2, a dualidade, a duplicidade, a sombra, o duplo, a confusão barroca, ou seja o contrário do estado de iluminação de um buda.
Sou o defensor do meu querer, que habita os montes (que tem ideais elevados, búdicos, crísticos, artísticos e reliogiosos), do número 9.
Certa vez sonhei com o dia em que vim à terra: depois de fazer amor com Deus, um ser que continha os dois sexos, escolhi alcançar a luz nesta vida. Quando estava encarnando, Deus falou comigo “Procure um tal de Waldo Motta, poeta”. Loucura ou não, eu o encontrei. E foi ele quem me ajudou a descobrir esses e muitos outros detalhes da minha identidade alegórica, com algumas leitutas de Jung, esoterismo e tudo o que já citei. Waldo está muito além da psicanálise profunda, mas esse é um outro assunto.
Waldo me apontou também que meu nome tem duas letras " I "( que é o número 9) e duas letras "L" (que angaria muito sucesso em meus empreendimentos). E outros detalhes que ainda não posso trazer a público.
Depois desse mergulho enveredei por descobrir o simbolismo de minha mãe, já que esse sempre foi o grande arquétipo que incomodou os maiores heróis, mestres, pensadores e artistas (Édipo, Freud, Jung, Hércules, Jesus Cristo, Kazuo Ohno, Fernando Arrabal). E este é o principal foco deste texto antiacadêmico.
Pois então, minha mãe se chama Diana Berger. E vou fazer uma breve sondagem do simbolismo de seu nome, apenas na etimilogia e sua relação analógica com a mitologia.
Diana é a "virgem pudica que mora nas montanhas". Deusa grega, também chamada de Ártemis na antiguidade clássica. Diana, a deusa, nasceu no sexto dia à ilha de Ortígia; ao sétimo, seu irmão Apolo, deus sol, guerreiro. Diana simbolisa a lua, o princípio feminino, juntamente com a água.
Depois desses dois divinos nascimentos e de outros irmãos, a ilha flutuante de Ortígia, mudou de nome e passou a se chamar Delos "a brilhante".
Diana (Ártemis) foi até Zeus e suplicou-lhe não jóias, nem adornos, nem atrativos, mas curta túnica que pudesse cobrir seu corpo esbelto, sapatos de caçadora, aljava, flexas e arco. E mais: quis a virgindade eterna, abundância de nomes e um grandioso séquito de Oceânidas e Ninfas. Por fim disse: "Entrega-me as montanhas . . . e ali habitarei".
Sincronicidade:
Minha mãe (Diana Berger) nasceu na cidade de Nova Venécia (a Nova Veneza) do norte do ES, numa localidade chamada Córrego do Pavão. E passou sua infância na cidade de Montanha.
Fora batizada com o nome Sebastiana, em homenagem a São Sebastião, por insistência de seu pai. Sempre era chamada de Tiana.
Ao entrar na sua juventude, mudou seu nome para Diana (note-se: recebeu um novo nome, como Jacó - "ladrão de Deus" - que, após a batalha com o anjo, passa a se chamar Israel -"vencedor com Deus").
Casou-se com meu pai (Erson Berger) e passou a se chamar Diana Berger (a virgem das montanhas, que habita os montes. O novo sobrenome lhe confima o significado do nome (Berger sinifica "o que habita as motanhas").
Diana (a deusa) é também chamada de Apollousa (irmã de Apolo), protetora da juventude, da caça, bosques, montanhas, de todas as formas de vida, inlusive a humana.
Seu animal predileto é o cervo, a corsa, o veado, belo animal selvagem que foge à domesticação. E eu sou seu filho predileto e mais indomável. Em sua infância mamãe diz que tinha visões: sobre as árvores, imagens de nossa senhora (a virgem), e que seu maior desejo era ser freira (virgem pudica?).
À deusa se ofereciam as roupas do parto, tanto das mulheres mortas, como de um feliz nascimento. Minha mãe quase morreu em meu parto, teve pré-eclampse e ficou sequelada por alguns anos. Logo que nasci, ficou totalmente louca. Diana é a deusa lunar e minha mãe ficou lunática nessa época. Minha mãe é literalmente uma mulher de fases, como a lua, comparada várias vezes por pessoas de fora do círculo familiar.
Meu irmão foi aterrorizado na infância por minha avó paterna que o acusava de ter nascido pré-maturo, "sem orelhas". Pura enganação: minha avó (hoje morta) não gostava de minha mãe por ser filha de negros e ciganos e meu irmão é o mais negro de todos.
Ártemis é associada também a Hécate, deusa lunar e feiticeira grega, invocada no campo da magia. Na Bíblia e nos mistérios wicanos, encontramos que o melhor tempo de louvar a Deus é na lua nova. Nas figuras da deusa, vemos sobre a sua cabeça o símbolo da lua nova. Ela é a própria lua.
Deusa da Alegria e dos cantos da primavera, guia nossos caminhos difíceis e perigosos: quem quiser conferir vá lá em casa, a minha louca lúcida canta todas as manhãs e ao anoitecer e seu canto organiza o universo. Daí eu ser assim: filho da deusa, puro teatro.

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