Ainda criança
sonhava como hoje
um sonho real
em minhas brincadeiras.
E cantava às multidões
imaginadas a música
que só eu sabia.
Vivia o personagem
sem engrenagens
ou carpintaria.
Via fantasmas
Seres da mata.
No fim do arco-íris
buscava o pote
de ouro e prata.
Travava guerras com arbustos
Abria heroicamente gaiolas
E das arapucas
soltava as piaçocas.
Continuo o mesmo
e assim serei.
Porém, hoje, os arbustos
são frondosas árvores
e meus fantasmas
não assustam como outrora.
Os passarinhos fugiram do brejo
e o coachar do sapo prenuncia o fim.
O que será se mim
neste vasto mundo?
Se não me chamo Raimundo
ou Segismundo?
Exposto a tudo
neste grande teatro,
encerro o ato.
E no camarim pergunto a mim:
Esta vida é sonho?
Tudo vale à pena?
Somos feitos da mesma matéria dos sonhos?
Tragédia ou Comédia?
Reescrevo o verso
Reinvento o fim.
Mudo completamente o enredo
e digo sem medo:
SOU DEUS!!!
18/01/2009
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